Adoro partir, tanto quanto odeio. É o melhor e o pior de cada viagem. Posso suportar não voltar a ver as mesmas paisagens, não voltar a cheirar a rua da padaria, não voltar a sentir as pedras por baixo dos pés. Mas pôr a mochila às costas e partir tem tanto de maravilhoso, como de … Continue reading (4/4) Contravento
(3/4) Contravento
- Sei que não queres falar disso, mas estou curioso: do que é que vais sentir mais... Como é que é aquela palavra que vocês têm para quando sentem falta de alguma coisa? - perguntou a medo, mas sem esconder o entusiasmo. Suspirei. - Saudade. - Isso! Do que é que vais ter mais saudade? … Continue reading (3/4) Contravento
(2/4) Contravento
A luz estava apagada, mas a casa não estava vazia. Ele sabia que eu ia ali antes de me ir embora. A entrada da casa estava diferente. O vaso com as flores lilases tinha desaparecido e o autocolante que anunciava as estufas que tinha herdado do Pai, há meio ano, tinha sido substituído. Mas havia … Continue reading (2/4) Contravento
(1/4) Contravento
As noites estavam a começar a encurtar. Os meus dias na terra do gelo também. Nunca ia voltar a gostar tanto de café. Com abóbora, este. Uma ténue linha laranja balançava entre as margens brancas da caneca dando-lhe a vida que nunca reconheci ao café. Fi-lo rodar entre as paredes circulares e vi a espuma … Continue reading (1/4) Contravento
O mar que nos desaperta por dentro
Sinto sempre alguma coisa.Raios, há dias em que parece que sinto tudo.Sinto tanto que fora do mar quase me afogo.E debando.Para o barulho das luzes, para as cores das vozes,Para o que mais depressa e mais facilmente falar mais alto do que eu.Para o tudo que se quer nada. Entro no infinito azul e tudo … Continue reading O mar que nos desaperta por dentro